segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Consequências do meu pensamento filosófico #6




Começo a ficar farto da crise. Não por questões monetárias, mas porque, graças a ela, tem aparecido uma nova mutação de uma estirpe que afecta o sexo feminino. Quer dizer, a estirpe ataca as mulheres, mas são os homens que sofrem com o seu diagnóstico. 

Se é verdade que quando não estávamos em crise, tínhamos as raparigas denominadas “viciadas em compras”, neste momento, temos as raparigas “viciadas em ver compras”. Confusos? Eu explico. Basicamente, esta nova mutação é exactamente a mesma que a anterior, só com uma diferença: elas no fim não acabam por comprar nada. Ou seja, o acto de ir às compras fica sem qualquer objectivo. É como ir tomar banho, e no final - quando já nos estamos a secar - ficarmos com vontade de ir arrear o calhau.

Daí eu ter dito que, normalmente, quem acaba por sofrer são os homens. É que nós as acompanhamos pelas lojas todas. Literalmente, todas! Nós somos como aquele hobbit gordo que acompanha o Frodo para todo o lado. Só que em vez de percorrermos a Terra Média, percorremos a Zara, a Berskha, a Blanco, a Tezenis, a Springfield, a Pull & Bear, a Desigual, a Oycho, a H&M, a Intimissimi, a Stradivarius. (já agora, devido à publicidade, espero receber produtos destas lojas.) E tudo com que propósito? Para isto:

- Esta camisola é mesmo bonita. E repara como é quentinha.
- Sim, fica-te mesmo bem. É mesmo a tua cara.
- É que é mesmo!
- Então, vais comprá-la?
- Sabes que mais? Não. Vamos antes à Berskha para vermos mais coisas para eu não comprar.

O problema é que nós vamos, porque as amamos. E como não bastasse isto tudo, ainda temos que aturar o ambiente destas lojas. Eu nunca sei se acabo de entrar numa festa da LUX, ou numa loja de roupa. Por isso, é que tenho sempre esta conversa com as empregadas:

- Dois whisky’s cola com gelo!
- Desculpe?!
- Não tem?! Então duas vodkas limão! E, já agora, o seu número de telefone.


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