domingo, 22 de janeiro de 2012

Hannibal

Na saga de Thomas Harris, Hannibal Lecter trata-se de um médico e assassino com uma curiosa particularidade: a de comer as suas vítimas. Digo comer no sentido literal, e não como o lendário Zézé Camarinha diria “comer umas inglesas e tal”. Lecter cozinha e papa as suas vítimas. Por vezes, acompanha com um chianti. O que em si é giro. E requintado, vá.

Nesta coisa de canibais, Portugal tem Aníbal Cavaco Silva. Trata-se de uma personagem real que nasceu em Boliqueime, mastiga bolo rei de boca aberta e é amigo pessoal de sujeitos que vão ao Brasil matar idosas ricas em Maricá. Licenciou-se em Economia e Finanças mas tem um problema - não consegue viver com dez mil euros por mês. Compreendo.

Eu próprio não sei se conseguiria viver com dez mil euros. É pouco dinheiro, nem dá para comprar um Porsche a cinco anos. E depois a ver o Euromilhões sair ao amigo Catroga assim de repente dá um bocadito de inveja. Acho esta intervenção do presidente da república bastante acertada, pelo que talvez fosse altura de subir o ordenado mínimo para dez mil euros. E um cêntimo, senão não chega.

É triste Portugal ter um presidente no limiar da pobreza. Igualmente triste é esse presidente ter pouca vergonha. Vergonha que diga-se, era uma coisinha que deviam ter os indivíduos que votaram nesta ridícula personagem. Um povo que se deixa representar por um senhor Aníbal encontra-se não apenas no limiar da pobreza (espiritual) mas também do masoquismo.

Eu não gosto de levar pancada. Não aprecio. Entre murraças na boca e fazer o amor, prefiro o amor. Mas não julgue o senhor Aníbal e outros, ingenuamente, que o povo é cego e manso. Governados por canibais, muitas vezes aquilo que aparentam ser ovelhas à espera de ser tosquiadas revelam-se afinal lobos, criaturas indomáveis, selvagens e bastante perigosas.

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