segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Consequências do meu pensamento filosófico #15



Após meses e meses a tentar conter-me a não abordar este tema, eis que parte de mim começa a ceder – principalmente a glande. O que é que vem a ser isto da família Carreira enveredar pela cena musical, assim, à fartazana? Não estamos a ficar sem cartuxos nas espingardas, pois não? Se quiserem, eu empresto-vos uns quantos cartuxos que tenho aqui pela casa, que sobraram da morte do Angélico. Pois bem, esta é a história – da minha perspectiva – do clã Carreira.

Ora, o pai, Tony Carreira, é um cantor de “cantigas de amor” que desde o virar do século colecciona cd’s de platina, como a Ana Malhoa colecciona DST’s. A sua música é considerada “ligeira”, mas tem deixado muita gente com ferimentos “graves”. Não tenho nada contra o homem; acho que cada um canta o que quiser, para quem quiser. Mas lá está, o problema é mesmo esse: cantar. No entanto, os dotes do menino não parecem ser grande entrave, visto que, as pessoas adoram-no, e continua a encher o Pavilhão Atlântico como gente grande. Até esse momento, o meu nível de desinteresse estava bem lá em cima.

            - Bah, um homem sem talento a ter sucesso em Portugal; nada como levar com o Camilo a vida inteira para estar acostumado.

            Anos mais tarde, eis que surge a sequela do filme “Carreira” de seu nome Mickael. Como é normal, as expectativas de uma sequela nunca são as maiores, principalmente, quando o primeiro filme vem tão mal cotado no IMDB. Para não grande surpresa, este novo capítulo transcendia ao saloio com uma pitada de azeite. As críticas não são lá grande coisa, mas o sucesso é, mais uma vez, alcançado através deste novo membro do clã Carreira. Nesse instante, o meu nível de desinteresse já estava a regredir.

            - Foda-se! Uma cópia igualzinha do pai, e, mesmo assim, alcança a tripla platina; nada como levar com a Catarina Furtado a vida inteira para estar acostumado.

            O ciclo parecia ter fechado e a humanidade poderia, mais uma vez, respirar de alívio. A economia prosperava nestes tempos de harmonia, e as pessoas corriam pelos prados como veados a correr pelos prados. Eram tempos bons, até ao momento em que o primeiro sinal foi dado: o Tony, afinal, tinha mais um filho a querer entrar no mundo da música. Esta família estava-se a tornar no Saw lusitano, com sequelas intermináveis. A diferença é que um era a continuação de uma história de terror, onde pessoas eram torturadas para prazer de certos indivíduos, o outro era o filme Saw. Este novo sujeito dava-se a conhecer pelo nome de David, mas no entanto, tinha o outro nome que aterrorizara Portugal: Carreira. O seu estilo musical, por sua vez, era diferente do seu pai e irmão. A diferença residia na pigmentação da merda - sim, era uma merda, mas era uma merda diferente. Nos tempos de hoje, é isto que Portugal tem mais consumido a nível musical. Num país sem grande cultura musical, e com vendas miseráveis em termos de discografia, os portugueses têm gasto o seu tempo e dinheiro em “músicos” de prateleira, em vez de procurar e apoiar os novos talentos. É, por isso, que o meu nível de desinteresse está a bater no fundo.

            - Caralho! Uma família rica como o caralho, e não tem uma ponta de talento! Puta que pariu este país de merda! Nada como levar com a família Carreira para estar acostumado!

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