segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Consequências do meu pensamento filosófico #14



A sério, já acabou, não já? Já posso sair do meu casulo de lençóis de flanela sem ter que levar com uma mensagem parva de bom ano? Óptimo. Alguém que me explique, por favor, essa obsessão de tentar ser hilariante no último dia do ano! As pessoas devem pensar que o último dia do ano é o equivalente ao último dia das suas vidas. Por isso é que mandam estas bacoradas, de maneira a ser uma espécie de epitáfio divertido, que logrará para toda a eternidade. De dizer coisas do género: “dá-lhe de força nas 12 badaladas.”; “agora só te vejo para o ano, meu bezerro enlatado!”; “comia-te essa cona toda, ó boa do caralho!” (Esta última mensagem, normalmente, é mandada, já depois de terem ingerido um bidon de Licor Beirão, enquanto assistem a um duelo lamacento entre duas campeãs mundiais do anal.)

O triste, é que este arraial é sempre contrastante com as outras mensagens que recebo. A minha caixa de entrada mais parece um código binário de mensagens badalhocas e de mensagens de esperança. Uma badalhoca, uma de esperança, zero de esperança, uma badalhoca. Essas de teor mais sério, usualmente, trazem uma mensagem de expectativa por um mundo melhor, de agradecimento pelo apoio que lhe demos ao longo do ano que passou, de sonhos que esperam concretizar neste novo ano. É tudo muito bonito, mas porquê mandar essas mensagens como se tivesse sido diagnosticado um cancro? Eu fico sentido com essas mensagens, mas penso sempre que apareceu a essa pessoa um melanoma no corpo. 

E isto tudo para quê?! Para celebrar a transição de um ano para outro ano. Tão simples quanto isso. O que é irónico, é que normalmente estas pessoas dão tanta importância à mudança de ano, que pelo menos, até ao final de Fevereiro, vão-se enganar a escrever o verdadeiro ano. Passam a ter aquele síndrome de se equivocarem constantemente no ano.

- Ora, dia 13 de Janeiro de 2011. Oh, 2012! Engano-me sempre! Mando tantas mensagens irritantes a toda a gente a desejar um bom 2012, que depois não me lembro em que ano estou. Sou mesmo uma besta! Eu deveria, neste momento, cometer suicídio da maneira mais dolorosa possível! Olha ali uma bilha de gás…


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