terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uma Cadeira e o Inferno

Uma semana de emoções fortes. De tal forma que os senhores do Correio da Manhã têm provavelmente andado numa onda de loucura para a invenção de capas que acompanhem os acontecimentos recentes. A maior de todas é claro o incêndio de cadeiras no Estádio da Luz. Já muitas cadeiras sofreram agressões ao longo desta vida e é finalmente com alguma paz de espírito que vejo demonstrada o zelo e a afeição dedicados às mesmas. Aproveito para fazer um apelo aqui à protecção e apoio de todas as cadeiras por esse mundo fora. Peço ainda mais apoio psicológico a todos os assentos das repartições de finanças de Portugal. Chega de negligência. Eu digo: basta!

É ainda possível visualizar aqui um vídeo da TVI onde é demonstrada a preocupação dos bombeiros no local no salvamento da maior quantidade possível de cadeiras.



“Calma, calma agora”

Penso poder dizer com alguma propriedade que nenhum destes bombeiros, nem que tivessem a respectiva mãe a arder no meio de cem eucaliptos, mostrariam tal bravura como a aqui apresentada. O universo do acrílico e plásticos em geral agradece-vos.

Destaque ainda para a direcção benfiquista que afirma existir um prejuízo de meio milhão de euros. Um valor que me parece razoável tendo em conta todos as sequelas emocionais que estas cadeiras sofreram. A verdade é que, para além de ouvirem Jorge Jesus dizer diariamente ‘condicionalismos’, elas nunca mais vão conseguir acomodar um rabo como deve ser até ao fim da sua existência. E isso deve doer por dentro. Muito.

Finalmente, ao mesmo tempo que se vive a tragédia e o horror, é com enorme felicidade que recebemos a notícia do Fado como Património Imaterial da Humanidade. No entanto para uma grande parte dos portugueses isso significa colocar o “Ó Gente da Minha Terra” nas redes sociais. Não é nada pessoal mas eu prefiro caminhar sobre um tapete de pregos do que ouvir a Mariza a cantar isto outra vez.

Alerta: sempre que alguém coloca o “Ó Gente da Minha Terra” cá fora, algures no mundo morre uma cadeira.

1 comentário:

  1. Até acho que se devia criar um movimento cívico de apoio às cadeiras anónimas que estoicamente, recebem em cima rabos de todo o tipo, sem um queixume, com um outro ranger, mas aguentando a sua árdua missão com sentido de dever.
    Elas já sofriam golpes de navalha, pastilhas elásticas coladas nas suas partes intimas, tintas tóxicas de graffitis, cuspidelas, secreções intimas de casais mais entusiasmados e agora ataques de pirómanos, é demais, até a paciência de uma cadeira tem limites!

    Por isso, seria de louvar criar uma petição online para salvaguardar os direitos das cadeiras e quiçá, uma Fundação para defender os seus legítimos direitos e aspirações!

    I_AM_KNOPPIX

    ResponderEliminar