segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Consequências do meu pensamento filosófico #9



Eu até acho que sou um bom actor. Quer dizer: eu nunca actuei em nenhuma peça, nunca participei em nenhum casting, nunca fiz um workshop nem consumi cocaína. No entanto, já me contaram uma anedota. Confusos? “Ó, lá vem o João com as suas teorias de piça!” – diz um de vocês, enquanto sacode o pénis para um prato de gelatina. A essa pessoa, peço-lhe que confie neste meu raciocínio. Por alguma razão estou a escrever neste blogue sem nenhuma recompensa monetária. 

Primeiro, para começar, eu não gosto de anedotas. É uma versão alargada de uma piada, com enredo de novelas da TVI. Segundo, para terminar, eu não gosto que me contem anedotas. E não gosto, porque, normalmente, as pessoas que me contam, vêem sempre com aquela musiquinha: “olha, vou-te contar uma anedota”, como quem diz: “olha, vou-te enfiar dedos no rabo até relinchares”. Sim, porque contar uma anedota a alguém, é, basicamente, o equivalente a um toque rectal. Todos queremos evitar, mas, no fundo, sabemos que a outra pessoa tem boas intenções.

Chegando a essa parte em que estou frente a frente com a pessoa, é aí que me revelo para o mundo da representação. É que quando me estão a contar a anedota, eu passo por diferentes fases comportamentais - qual actor camaleónico:

1º Fase: desilusão; por pensar que me ia mostrar a última Penthouse.
2º Fase: esperança; por pensar que se calhar é, apenas, uma piada rápida.
3º Fase: aceitação; por ter percebido que vou ter, mesmo, que ficar a ouvir a anedota.
4º Fase: raiva; por ter que ficar com cara de tacho a ouvir a anedota.
5º Fase: distracção; por não estar a prestar atenção nenhuma, porque seios invadiram o meu imaginário.
6º Fase: falsidade; por ter que esboçar um sorriso, para a pessoa não ficar magoada.
7º Fase: excitação; por perceber que a anedota está quase a acabar.
8º Fase: felicidade; por a anedota já ter acabado e ter que me rir de uma maneira mecanizada.

Como podem ver, em menos de 2 minutos representei mais estados de espírito, do que os últimos dias da vida do Angélico. Por isso, não se surpreendam se uma dia me virem com um martelo pneumático a representar na cara dos "actores" dos Morangos com Açúcar, em horário nobre.

1 comentário:

  1. Aprendi uma coisa: podemos sacudir o pénis para pratos de gelatina, eu era mais recatado, só o sacudia para pudins Molotoff, abriste-me o horizonte, obrigado!

    I_AM_KNOPPIX

    ResponderEliminar