quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Filosofias vindas de Sorbonne?

Ultimamente tenho reflectido muito sobre duas expressões enigmáticas do Tozé Seguro, a versão Socretina de Passos Coelho. “Austeridade Inteligente” e “Abstenção Violenta”. Sim, fazer relatórios sobre questões ambientais é desinteressante o suficiente para me dispersar de tempos a tempos com coisas destas. Francamente não sei o que será austeridade inteligente, mas penso que terá qualquer coisa a ver com o caso da Rosalina e do Duarte Lima. Duarte Lima foi austero? Sem dúvida! Mas também não há dúvidas de que foi inteligente, e basta vermos o que os seus modestos honorários lhe permitiram construir na vida.

Ainda na austeridade inteligente, Merkel parece-me ter entendido este conceito melhor do que ninguém, e por via de Sarkozy lá conseguiu a ajuda de Platini para isso. Ao mesmo tempo que obriga os PIGS (ou PIIGS com a recente contratação da Itália por parte deste clube) a apertarem o cinto para lhe pagarem os centros de formação que formam os jogadores alemães que vão vencer o próximo Euro 2012, deixa entrá-los a todos na competição. Entretêm-se os povos com isso, e sempre terá outro sabor humilhá-los novamente, agora num campo de futebol.

Já a abstenção violenta me parece algo menos palpável. É notável o conceito. Será algo do estilo: “Reparem como nós estamos chateados enquanto viabilizamos as vossas propostas!”. Imagino-me a comer um crepe com gelado e chocolate quente, e saboreá-lo enquanto digo “isto não presta para nada, só faz é mal”. Ou ainda 95% dos portugueses das áreas metropolitanas que diariamente usam o carro para irem para o trabalho ao mesmo tempo que dizem que se devia evitar o uso do carro por ser caro e poluente. Vá lá que o desemprego tem ajudado a controlar o trânsito nos grandes centros urbanos, haja alguma coisa que se preocupa com este assunto!

Nas próximas eleições, sejam elas quais forem, irei para a minha mesa de voto dizer, com violência, que me abstenho. Tentando imitar o tom de voz da Teresa Guilherme, por exemplo. E ai de quem me tentar convencer a votar, porque posso tornar-me violento, tipo Ricardo Rodrigues, e levar as urnas de voto para casa. Sobretudo se me obrigarem a acordar cedo para lá ir.

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