Meses passaram desde a morte do Bin Laden e ainda não fui capaz de recompôr-me do choque. Não do choque que foi a sua morte, mas da verdadeiramente dolorosa experiência que para mim foi descobrir um pacote de Doritos de 1997 no armário da cozinha para depois a minha mãe o deitar no lixo, como se aquele fosse o lugar mais apropriado para uma peça de museu comestível.
Não compreendo os americanos. Andavam à anos à procura daquele senhor de barba e, depois que o encontram limpam-lhe simplesmente o sarampo e atiram-no ao mar. Histórias. Eu cá já não vou muito à baila com conspirações, mas que nesta coisa há uma dose de aldrabice parece-me inegável. Então um pescador se apanhar um peixe de cem quilos não o leva para casa para mostrar aos amigos e à mulher? Se um gajo comer a Scarlett Johansson (ainda que com os copos) não quer provas disso? É que chegar ao pé dos amigos e dizer, “Pá ontem fiz o amor com a Scarlett Johansson”, sem provas, corre o risco de passar por uma besta ou ser simplesmente enviado para o caralho. O que é compreensível.
Muito embora o Bin fosse um tipo que gostava de rebentar pessoas e coisas, não posso deixar de simpatizar com o lado humano do sujeito. Via-se que era um indivíduo solitário, quando apareciam aqueles vídeos caseiros dele e não havia ali nem uma gaja. O terrorismo parece ser uma coisa de homens, e pelo que dá a entender, esses homens praticam todos o bilhar de bolso. E já se sabe, esta coisa de fazer amor com a mão pode ter, no médio-longo prazo, danos psicológicos irreversíveis. Eu que o diga.
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