Sabe bem, de vez em quando e só para irritar as duas pessoas que lêem estas merdas que aqui escrevo, colocar no texto um título que não tem nada a ver com nada. As coisas que eu faço para irritar. Nada a ver com nada não é bem assim, visto que se trata na verdade de uma pequena variação do título de um álbum dos Mão Morta, mas vocês que são pessoas cultas e até ouvem Dino Meira devem estar a par dessas coisas. Hoje não acordei político. Não me apetece ofender o Cavaco nem o Passos Coelho nem qualquer outro monte de fezes da sua classe. Estou de bom humor, o que não significa que seja capaz de o escrever.
À medida que passam os anos, cada vez mais partilho da opinião que uma pessoa que consegue diariamente ver programas da TVI é como aquele tipo que vive ao pé de uma ETAR; da mesma forma que a primeira pessoa se habitua à má qualidade televisiva, a segunda habitua-se ao cheiro a cagalhões, chegando a um ponto em que um perfume já lhe parece tóxico. Ambos estes seres humanos, passado algum tempo, chegam àquele ponto em que as noções socialmente aceites de beleza deixam de fazer sentido e senhoras como Odete Santos podem mesmo chegar à categoria de “gaja boa”.
Aquele programa da TVI chamado “A Tua Cara Não Me é Estranha” trata-se de um caso sério. Tal como os vídeos de apanhados e desastres de viação ao vivo, é daquelas coisas das quais é impossível desviar o olhar. Se bem que me parece que o programa podia ir muito mais longe. Porquê cingir-mo-nos a um programa onde famosos imitam pessoas ainda mais famosas mas que cantam? Porque não levar isto aos limites e fazer um programa onde famosos imitam famosos a fazer coisas banais? Eu pessoalmente pagaria para ver um programa onde Catarina Furtado imita um Fernando Mendes a almoçar arroz de marisco e ir à casa de banho de seguida. Isso ou a Fátima Lopes a fazer de um Paco Bandeira que chega a casa e a quem apetece dar carinho à esposa com um taco de basebol. Ou José Carlos Pereira a fazer de Carlos Cruz a chorar num programa de televisão que nunca pediu a nenhum rapazinho que lhe lambesse o coiso. Ou Tony Carreira a imitar Carlos Paião, falecendo.
Se bem que para mim, o ponto alto seria Quim Barreiros fazendo uma imitação de Sónia Brazão. Como forma de retaliação pela imitação que Sónia aka Tocha Humana fez do indivíduo, esta tratar-se-ia basicamente de Joaquim Barreiros a chegar normalmente ao palco na sua indumentária característuca mas transportando consigo, ao invés de um acórdeão, um fogão a gás. “Quero cheirar o teu butano, Maria” era algo que gostaria de ouvir, nem que fosse apenas uma vez.
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