Existem coisas que não estão asseguradas para o novo ano como o emprego, a credibilidade de Felícia Cabrita ou mesmo a nossa dignidade. A parvoíce, felizmente, não é uma delas. Eu, por meu lado, prezo muito a parvoíce. Inteligência, sensatez, é tudo demasiado sobrevalorizado, dêem-me muita parvoíce e sou uma mulher feliz.
In Publico.
Podem então facilmente compreender como o último discurso de Hugo Chávez me deixou entretida. Eu até simpatizo com Chávez e considero-o um homem sensato que mede sempre as suas palavras mas admito que a quimioterapia lhe tenha afectado um pouco sistema. Afirma ele que, estando a reflectir em coisas (porque Chávez gosta de reflectir sobre coisas), chegou à conclusão que os Estados Unidos lhe andam a meter cancro na comida. Querem adormecer Chávez, contem-lhe uma bonita e formosa teoria de conspiração que envolva americanos. Mas ok, vamos ser sinceros, é um erro desculpável da parte do venezuelano. Os americanos andam de facto a enfiar-nos cancro pela goela abaixo, só que de forma menos subversiva e com a ajuda de várias cadeiras alimentares.
Outro assunto que aqueceu o meu coração é o que envolve o anúncio à Coca-Cola. Todos sabemos que português que é português não sabe passar sem uma polémica, nem que a tenha que ir desencantar à publicidade. Alguns portugueses acharam que a Coca-Cola estava a ser optimista demais e têm muita razão. Decidiram fazer um vídeo de contestação, fazendo questão de relembrar que vivemos na vala da desgraça cheia de ladrões e corruptos. Eu claramente simpatizo com esta causa. O anúncio da Coca-Cola tem demasiadas crianças a sorrir e muitos ursos de peluche, isso é nojento. Além de que não são 100 ou 200 ursos de peluche, são 120 000. Isso choca e leva obviamente à indignação. Uma importante lição para os profissionais da publicidade que tratam com leviandade essa temática delicada que são os ursos de peluche. Demasiados ursos de peluche. Demasiados.
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