Vivemos tempos de incerteza e obscuridade. Incerteza porque nunca se sabe quando vamos ter que ir aprender a arte do varão para ganhar a vida. Obscuridade porque ainda assim, testemunhamos concertos esgotados de Tony Carreira no Pavilhão Atlântico. É nestas alturas que me entristece que a miséria extrema e implacável não tenha chegado à vida destas pessoas.
É fácil constatar a ira das pessoas na rua hoje em dia. Infelizmente não com Tony Carreira nem com nenhum dos seus quinhentos filhos cantores. Não. Recentemente tem sido Duarte Lima o alvo da cólera popular. É curioso como o vulgar ser idoso consegue indignar-se em autocarros. Deixa-se o terreno familiar da dor nos ossos e das diabetes e marcha-se pelo estado da indignação. Foi-me inúmeras vezes vociferado, praguejado, exclamado aos ouvidos como esse Duarte Lima é um vigarista. E o filho é outro vigarista. Um vigarista mais pequenino mas ainda assim vigarista e filho de um grande vigarista. Na octogésima vez que o idoso disse vigarista isso já me começou a aborrecer e quase parei de fazer o que estava a fazer, isto é, degustar o sentimento de vazio em relação à minha existência, para lhe sugerir que se indignasse com intrujão ou impostor. Isso da indignação é muito bonito mas é necessário fazê-lo com dignidade e com um mínimo de diversidade lexical.
É ainda fascinante como as pessoas puseram de parte toda a possibilidade do senhor ter, sei lá, assassinado uma pessoa e concentraram-se apenas e só no seu lado aldrabão e pouco na sua potencial faceta homicida. De qualquer forma, Duarte Lima já me começa a dar alguma dor de cabeça. Pior só se virar cantor romântico e esgotar recintos fechados.
É fácil constatar a ira das pessoas na rua hoje em dia. Infelizmente não com Tony Carreira nem com nenhum dos seus quinhentos filhos cantores. Não. Recentemente tem sido Duarte Lima o alvo da cólera popular. É curioso como o vulgar ser idoso consegue indignar-se em autocarros. Deixa-se o terreno familiar da dor nos ossos e das diabetes e marcha-se pelo estado da indignação. Foi-me inúmeras vezes vociferado, praguejado, exclamado aos ouvidos como esse Duarte Lima é um vigarista. E o filho é outro vigarista. Um vigarista mais pequenino mas ainda assim vigarista e filho de um grande vigarista. Na octogésima vez que o idoso disse vigarista isso já me começou a aborrecer e quase parei de fazer o que estava a fazer, isto é, degustar o sentimento de vazio em relação à minha existência, para lhe sugerir que se indignasse com intrujão ou impostor. Isso da indignação é muito bonito mas é necessário fazê-lo com dignidade e com um mínimo de diversidade lexical.
É ainda fascinante como as pessoas puseram de parte toda a possibilidade do senhor ter, sei lá, assassinado uma pessoa e concentraram-se apenas e só no seu lado aldrabão e pouco na sua potencial faceta homicida. De qualquer forma, Duarte Lima já me começa a dar alguma dor de cabeça. Pior só se virar cantor romântico e esgotar recintos fechados.
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