Esta foi uma daquelas semanas em que demorei demasiado tempo a escrever a crónica. Não por falta de disponibilidade, mas mais porque andei a fazer zapping pelos canais de notícias com a pila na mão. Os leitores podem estar a perguntar-se, “foda-se, mas não tens canais porno de jeito em casa?” Por acaso não - descendo de pessoas simples e o meu vencimento não mo permite. Tenho que, como diz o povo, me desenrascar.
Mas voltando à história da pila na mão, fi-lo porque desde que os jornalistas da Sábado provaram que os estudantes universitários são burros porque respondem merda em perguntas do Quem Quer Ser Milionário, a sua inteligência superior me excita. Uma inteligência chico-esperta, que tira prazer dos pequenos erros de pessoas inteligentes; um pouco como um tipo sem duas pernas a fazer pouco de outro a quem lhe falta uma. Um jornalista a fazer pouco da inteligência de um estudante universitário é um bocadinho mijar contra o vento. Mas as coisas são como são, e pá, aquela pergunta de quem pintou o tecto da Capela Sistina é de caras - toda a gente sabe que foi o vocalista dos Delfins.
À pistola.
Outra coisa que me fez demorar mais tempo a escrever a crónica desta semana foi o João Duque. Epá, aquela conversa de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros devia usar a RTP Internacional de modo propagandista/aldrabeiro (um neologismo que inventei) deixou-me a pensar. Será que eu, ao escrever esta crónica, quero dar a imagem ao estrangeiro que pessoas com o QI do João Duque são requisitadas para efectuar relatórios sobre o que quer que seja e a sua opinião conta? Será que em vez de praias majestosas em que pessoas jovens de mamilos lindíssimos correm todas nuas quero dar a imagem da Consolação, onde idosos barram o corpo sexy em argila enquanto lêem artigos escritos pelo João Duque? Se calhar não.
“O principal problema da Justiça é a maneira como os cidadãos a vêem”, disse esta semana a senhora ministra da dita Justiça em entrevista a Judite de Sousa. Isto é um bocadinho como vir dizer que as pessoas que acham a Odete Santos feia têm falta de vista. E a parte assustadora é que parece haver ali uma certa sintonia por parte da ministra com João Duque. No fundo, isto são pessoas que têm saudades do Goebbels e acham que se a gente pintar um cagalhão de cores lindas ele deixa de ser um cagalhão. Mas por experiência própria vos digo caros amigos, que cocó will always be cocó.
A sugestão que a RTP internacional serve para promover o País é tão absurda que demonstra que não há vantagem nenhuma em pagar 150 milhões de euros por ano para ter o gordo a apresentar o preço certo.
ResponderEliminarUm governo ser dono de um órgão de comunicação social tem um nome, censura e isso não é democrático, não é liberdade.