quarta-feira, 9 de maio de 2012

Consequências do pensamento filosófico #23



As lojas de roupa são grandes de mais. Não sou só eu que o digo. As próprias mulheres admitem. E quando uma mulher admite que o seu mundo de sonho é capaz de ser exagerado de mais, é razão para estarmos preocupados. 

A Zara sempre foi o calcanhar de Aquiles para os homens. Uma espécie de Rally Dakar urbano, onde a estética é algo que deve ser tido em conta. O co-piloto é, neste caso, uma mulher que apenas diz as palavras “por aqui”, “anda”, “despacha-te” e “cuidado com a curva à direita dos cai-cai”. É, sem dúvida, uma prova de fogo para qualquer homem. Só os que trazem na bagagem um treino intensivo na Pull & Bear, na Bershka e na Stradivarius é que conseguem ultrapassar estas dificuldades. No entanto, há cerca de 3 anos, apareceu um novo fenómeno em Portugal: a Primark. 

Ora, se a Zara é o Rally Dakar, a Primark é a Volta ao Mundo em 80 dias. Aquilo tem o triplo do tamanho da Zara, e em vez de uma loja, pode ser considerado um peddy-papper. Ao que parece, só mesmo com o visto regularizado é que podemos entrar no estabelecimento. Quanto ao sofrimento para o sexo masculino: é demasiado grande. Desde o momento em que entramos, deparamo-nos com várias razões para não acreditarmos em Deus. Tem tudo o que achamos mau, em quantidades maiores. Se na Zara há uma secção para as malas, na Primark há um T1 duplex para as malas; se na Zara há casacos de lã, na Primark há um rebanho de ovelhas; se na Zara há o último grito da moda, na Primark há o antepenúltimo, o penúltimo, o último e o desclassificado grito da moda. É aterrador! Dar o primeiro passo na Primark é quase tão corajoso quanto o passo que o Neil Armstrong deu na Lua, em 1969. A grande diferença reside no que dizemos: “isto é um pequeno passo para o homem, mas um grande…espera aí! A sério? Um andar inteiro com leggings? Foda-se!”

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