terça-feira, 27 de setembro de 2011

Arroz benzido

“Igreja pede para que se deixe de atirar arroz aos noivos”



A Igreja, depois de perder algum tempo a ponderar a condenação do vídeo de Lady Gaga, esteve a reflectir no que está mal com o mundo e deliberou: vamos dizer NÃO ao esbanjamento de arroz.

Não pensem que sou uma pessoa insensível. Não sou. Aliás, ainda não faz uma semana que saí à rua e distribuí sorrisos pelas pessoas. No entanto, estas notícias em que assistimos à intenção sempre incansável de fazer o Bem ao próximo, patrocinado pela Igreja, deixa-me sempre num estado um tanto ou quanto céptico.

Questionei este enigmático estado de cepticismo e após alguns breves segundos (as minhas reflexões relacionadas com a Igreja são normalmente curtas) encontrei a resposta na figura do Papa. O Papa. Bastava venderem o penico de ouro do Papa no ebay para alimentar 3 países de África.

Não gosto do actual Papa. O falecido coitadinho, ainda deixava escapar, porque era fofinho e era polaco. E ser polaco não é fácil. Este Papa não me agrada. Não gosto do mau português dele (não é um Jorge Jesus mas para Papa deixa muito a desejar). E não gosto das sobrancelhas dele. Em última análise ele faz-me lembrar aqueles velhos que se põem nas janelas a mandar vir com os putos que estão a jogar à bola na rua. Ou nomeadamente o tipo de velho que telefona para a ‘Opinião Pública’ a queixar-se da senhora da farmácia.

Mas voltando ao assunto do arroz. Assusta-me a quantidade de produto que estamos a falar aqui (o senhor da notícia chega até a falar nos 10 sacos). Se já não tinha ideias de casar então agora que sei que, entrando no cenário hipotético de contrair matrimónio, e logo após dizer o “sim”, levar com 10 kg de arroz carolino no lombo, a ideia parece-me suicida.

No entanto, e temos que dizê-lo, a Igreja mostra uma surpreendente preocupação social que augura algo de bom. Não perderam a cabeça e não saíram precipitadamente a pedir para o pessoal tentar não morrer com SIDA e usar preservativos, mas vê-se que se esforçaram nesta ideia do esbanjamento de arroz e isso já é um começo.

Eu, que sou mais humilde nos meus pedidos, e elevando o meu ser ao serviço da sociedade, peço apenas que comecem a atirar arroz de marcas brancas. A minha consciência social ficará mais tranquila. E que não se esbanje arroz Saludões na rua, nunca mais.

1 comentário:

  1. Pois! Já fizeste a tua parte amim calha-me à sexta, a ver se não me esqueço, a ver vamos...

    Abreijos

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